Elaboração do Plano de Manejo da RPPN Rio dos Touros

Desde fevereiro deste ano IPAC vem trabalhando o monitoramento da fauna de mamíferos na área onde será a Reserva de Particular de Proteção Natural - RPPN Rio dos Touros em Urupema, Santa Catarina. Esta atividade faz parte do processo de elaboração do plano de manejo da Reserva que inclui ainda o inventário de outros grupos da fauna, inventário florístico, geoprocessamento, etc.
As RPPNs podem ser definidas como áreas dentro da propriedade rural destinadas voluntariamente pelo proprietário para a conservação da biodiversidade, devendo possuir um plano de manejo que vise garantir a perenidade dos recursos naturais, sendo admitidas atividades de educação ambiental e pesquisa cientifica, além do ecoturismo, que pode se converter em fonte de renda para a manutenção da própria reserva. O reconhecimento de uma RPPN é perpétuo, e não podem ser mudadas as características naturais do local, nem a sua destinação à conservação do meio ambiente.
O local onde será feita Reserva do Rio dos Touros possui inicialmente 38,5 ha, e caracteriza-se por áreas de Floresta de Araucária entremeadas a áreas de Campos Nativos e banhados. Por vários anos o local foi utilizado para criação de gado bovino de forma extensiva e para extração de lenha por seu antigo proprietário, hoje com a área cercada, o que impede que o gado entre, a vegetação apresenta sinais de regeneração.

IPAC desenvolve projeto que objetiva avaliar a ocorrência de ataques de Lontras

A lontra (Lontra longicaudis) é um carnívoro neotropical semiaquatico da família Mustelidae e subfamília Lutrinae. Sua ocorrência vai do México ao norte da Argentina e sul do Uruguai, sendo presente em praticamente todo o território brasileiro (BLACHER, 1992; CIMARDI, 1996). Pode medir entre 80cm e 1,30m e pesar de 5 a 7kg. Assim como outros membros da família Mustelidae apresenta pernas curtas e corpo alongado, suas patas possuem membranas interdigitais que constituem uma das adaptações da espécie ao ambiente aquático (CIMARDI, 1996; REIS et al., 2006).
Pode ser encontrada em rios, riachos, lagos e lagoas, desde que estes apresentem condições mínimas para sua sobrevivência, a lontra constroi suas tocas nas margens destes corpos d’água, estas tocas podem ser escavadas pelo próprio animal, ou então são aproveitadas fendas entre rochas e troncos presentes no local. De hábitos noturnos raramente é observada em seu ambiente natural, por isso as formas mais fáceis de identificar a presença do animal são através de rastros e fezes as quais apresentam odor característico e são usadas para demarcação de território e comunicação social (BLACHER, 1992) A base da alimentação da lontra é o peixe, embora pequenos mamíferos, anfíbios, moluscos, dentre outros animais, possam também ser consumidos.
Devido a esta dieta a lontra acaba muitas vezes ataca criadouros de peixes e açudes nas propriedades de pescadores e criadores, o que resulta no seu abate, com vistas a minimizar prejuízos causados pelos ataques.
Deste modo o trabalho que esta sendo desenvolvido pelo IPAC visa identificar estes ataques para que medidas de mitigação possam ser elaboradas e implementadas nos locais onde eles ocorrem.

IPAC Desenvolve estudo de comportamento animal

Iniciado em janeiro de 2010 através de uma parceria entre o Instituto de Pesquisa e Aplicação Ambiental e Cultural – IPAC e a Base Avançada de Pesquisas do IBAMA no município de Painel, SC, o projeto de pesquisa intitulado Estudo do comportamento de macaco-prego (Cebus sp.) cativo na BAP/ IBAMA - Painel, que tem como objetivos: avaliar aspectos do comportamento da espécie, acompanhar o realocamento do indivíduo para recinto maior em comparação ao qual vinha sendo mantido, utilizar técnicas de enriquecimento ambiental com materiais que remetam ao seu ambiente natural, verificando as respostas a estes estímulos em específico, dentre outros.

A BAP/IBAMA Painel, desenvolve inúmeras atividades ligadas a conservação da biodiversidade, dentre elas está o recebimento de animais silvestre apreendidos ou então entregues voluntariamente por seus proprietários que os mantém ilegalmente. O animal alvo deste estudo é uma fêmea identificada como sendo jovem que foi capturada, após solta por seu antigo proprietário, no próprio município de Painel, encontrando-se na BAP desde o segundo semestre do ano de 2009.

O macaco-prego (Cebus sp. ) é um primata que possui grande adaptabilidade as condições de cativeiro, o que faz com que seja muito visado por contrabandistas. Uma vez cativo, não pode ser reintroduzido na natureza tendo que viver o restante de sua vida neste ambiente, por isso estudos de comportamento animal para esta espécie contribuem para o aprimoramento de técnicas que visem o bem estar, pois auxiliam na elaboração de métodos mais eficazes e adequados de manejo.

Atualmente o projeto encontra-se em sua terceira etapa, momento em que são utilizadas técnicas de enriquecimento ambiental na avaliação do comportamento do animal, estas consistem na introdução de variedades criativas nos recintos a fim de contribuir com o bem-estar dos animais cativos. O tipo de enriquecimento utilizado para a fêmea de macaco-prego que se encontra na BAP IBAMA foi o enriquecimento social, para isso um macho de sua espécie foi colocado no mesmo recinto onde se encontra a fêmea alvo deste estudo.

O projeto tem sua conclusão prevista ainda para o mês de julho ano, momento em que serão apresentados os resultados aos parceiros.

IPAC lança concurso fotográfico Biodiversidade da Serra Catarinense junto a comemoração do aniversário do município de Urupema

O Instituto de Pesquisas e Aplicação Ambiental e Cultural - IPAC participou nesta terça feira dia 1º de junho, das comemorações do 21º aniversário do município de Urupema, onde apresentou os animais empalhados e também lançou o 1º Concurso Fotográfico Biodiversidade da Serra Catarinense, suas belezas e principais ameaças.

O concurso idealizado com o objetivo de registrar e preservar as espécies da fauna e flora da região da Serra Catarinense tem suas inscrições abertas no período de 1º de junho a 30 de julho de 2010. O regulamento, as inscrições e mais informações são disponibilizadas no site do Instituto www.institutoipac.org.br.

Já a mostra de animais empalhados, com animais cedidos pela Base Avançada de Pesquisas - BAP do IBAMA, que é parceiro do Instituto em outros projetos, possibilitou à população que visitou o local, visualizar as espécies animais em seu tamanho e forma naturais, causando a sensibilização e a curiosidade de muitos.

O IPAC também trouxe a exposição, sua estrutura de trabalho, composta por câmeras, rádios, armadilhas fotográficas, GPS e uma apresentação com fotos dos diversos projetos e atividades já desenvolvidos.

Durante esta semana, o IPAC está promovendo ainda atividades de educação ambiental no E.E.B. Manoel Pereira de Medeiros, através de filmes, dinâmicas e também de trilhas ecológicas até a Reserva Rio dos Touros, uma reserva particular do patrimônio natural que é administrada pelo Instituto.

Todas as atividades fazem parte da Semana do Meio Ambiente do IPAC, promovida em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho.

Fotos: Animais empalhados e materiais de trabalho do

IPAC, expostos durante o evento

, em 5 de junho.